Pensei em fazer isso, mas achei que o post ficaria longo. Mas pretendo fazer algo assim ao longo do ano ainda. De romance recém-lançado já te indico o de Ana Rüsche, Carga Viva.
Esse ano estou fazendo uma matéria sobre Italo Calvino na faculdade e para meu seminário li 'o visconde partido ao meio', que é genial. Calvino é um grande mestre do fantástico, embora saiba que ele não se classificava assim. Indico demais 💫
Cara, muito bom esse texto! Compartilho e ajudo a levantar essa bandeira da literatura fantástica, especialmente pelo efeito do desconforto. A ficção que gosto de ler e de escrever vai exatamente por essa toada: desconfortar os que estão confortáveis e confortar os que estão desconfortáveis. Afinal, o desconforto é o primeiro passo para a cura.
Oi Ivan, muito obrigado pela tua leitura e grato por compartilhar meu texto! Também acho, como você aponta, que há mais de uma recompensa para o desconforto literário.
Depois das obras completas do Murilo Rubião, o melhor livro nacional que li com uma pegada no fantástico foi Madona dos Páramos, do Ricardo Guilherme Dick, uma obra prima, para mim.
Mais lá atrás tem Incidente em Antares, O Centauro no Jardim, A rainha do ignoto, que são os que lembro.
Mas também temos alguns narradores esquisitos forçando a barra. Caminhonete com sotaque alemão é dureza.
Livros incríveis, Lena, e ainda não consegui ler Madona dos Páramos. Me explica melhor seu ponto sobre narradores esquisitos, acho que não entendi totalmente.
Li mais recentemente livros onde os narradores são objetos e me soou um tanto forçado. Em um especificamente, havia narradores no ambiente externo (árvore, automóvel com sotaque alemão, e uma capa de borracha) e interno, um espelho com sotaque português.
Como leitora, a narrativa perdeu a credibilidade para mim. O que poderia ser um bom recurso soou artificial.
A escolha do narrador deve ser, creio, o maior desafio de um autor pois dele depende toda a obra.
Concordo demais com você! Meu próximo romance (em edição) tem um pezinho bem grande na ficção especulativa. Estou escrevendo um sci-fi agora. Bom demais sair da caixinha do realismo
Que maravilha de texto! Tenho assistido “Atlanta” e acho um ótimo exemplo de como o fantástico cria fascínio e ao mesmo tempo desconforto. Pode ser usado pra desafiar a lógica de certas atitudes sociais que são absurdas, porém normalizadas. É um jeito fascinante de provocar e criar imagens que mexem com o inconsciente.
Ótimo texto, Christiano ˆˆ Por muito tempo, penei bastante para começar a ver mais gente comentando sobre literatura fantástica, principalmente nas escolas. Acho que foi só a partir da Universidade que comecei a ver mais pessoas, inclusive professores, comentando e divulgando mais esse gênero. Viver nessa época em que o fantástico está ganhando cada vez mais visibilidade tem sido maravilhoso!
Isso mesmo Lucas, vivemos num momento de maior abertura em nosso meio cultural para o fantástico, em especial nacional, e o conhecimento produzido pelas nossas universidades é um dos motivos disso.
Eu estou relendo justamente “introdução a literatura fantástica” do Todorov. Gosto como ele separa as questões do maravilhoso e do estranho dentro da narrativa e como ele aborda o fantástico, mesmo na época dele, relacionando com sociedade.
Que texto ótimo! Eu li recentemente "Mandíbula" e fiquei fascinada. Leio muito e muitas coisas, mas por trabalhar com notícias, esse excesso de realidade às vezes num livro me incomoda, me deixa ao final sentindo que faltou algo, porque me traz repertório e bagagem, mas não me provoca. Leio como uma notícia de jornal longa, entende o que eu quero dizer?
(Faço coro com a colega leitora pela listinha de indicações).
Christiano, você bem que poderia fazer uma listinha de recomendações de literatura fantástica nacional. 🫣
Pensei em fazer isso, mas achei que o post ficaria longo. Mas pretendo fazer algo assim ao longo do ano ainda. De romance recém-lançado já te indico o de Ana Rüsche, Carga Viva.
Boa!!! Anotado! 😁
Esse ano estou fazendo uma matéria sobre Italo Calvino na faculdade e para meu seminário li 'o visconde partido ao meio', que é genial. Calvino é um grande mestre do fantástico, embora saiba que ele não se classificava assim. Indico demais 💫
Mas que faculdade maravilhosa é essa que pede pras turmas lerem Calvino! A obra dele é uma das minhas referências, sempre.
Cara, muito bom esse texto! Compartilho e ajudo a levantar essa bandeira da literatura fantástica, especialmente pelo efeito do desconforto. A ficção que gosto de ler e de escrever vai exatamente por essa toada: desconfortar os que estão confortáveis e confortar os que estão desconfortáveis. Afinal, o desconforto é o primeiro passo para a cura.
Oi Ivan, muito obrigado pela tua leitura e grato por compartilhar meu texto! Também acho, como você aponta, que há mais de uma recompensa para o desconforto literário.
Depois das obras completas do Murilo Rubião, o melhor livro nacional que li com uma pegada no fantástico foi Madona dos Páramos, do Ricardo Guilherme Dick, uma obra prima, para mim.
Mais lá atrás tem Incidente em Antares, O Centauro no Jardim, A rainha do ignoto, que são os que lembro.
Mas também temos alguns narradores esquisitos forçando a barra. Caminhonete com sotaque alemão é dureza.
Livros incríveis, Lena, e ainda não consegui ler Madona dos Páramos. Me explica melhor seu ponto sobre narradores esquisitos, acho que não entendi totalmente.
Oi Cristhiano, ficou vago, né?
Li mais recentemente livros onde os narradores são objetos e me soou um tanto forçado. Em um especificamente, havia narradores no ambiente externo (árvore, automóvel com sotaque alemão, e uma capa de borracha) e interno, um espelho com sotaque português.
Como leitora, a narrativa perdeu a credibilidade para mim. O que poderia ser um bom recurso soou artificial.
A escolha do narrador deve ser, creio, o maior desafio de um autor pois dele depende toda a obra.
Concordo demais com você! Meu próximo romance (em edição) tem um pezinho bem grande na ficção especulativa. Estou escrevendo um sci-fi agora. Bom demais sair da caixinha do realismo
Que ótimo Fabi! Sempre fico honrado com sua leitura. Torço bastante pelo seu próximo livro, sucesso!
Que maravilha de texto! Tenho assistido “Atlanta” e acho um ótimo exemplo de como o fantástico cria fascínio e ao mesmo tempo desconforto. Pode ser usado pra desafiar a lógica de certas atitudes sociais que são absurdas, porém normalizadas. É um jeito fascinante de provocar e criar imagens que mexem com o inconsciente.
Oi Andrey, que otima síntese, eu não conseguiria escrever melhor do que isso. Nunca vi esta série, mas tenho alguns amigos que são bem fãs dela.
Foi uma alegria ler esse texto e te receber no podcast 💛💛
A alegria foi minha. E já estou de olho no seu próximo livro!
amo literatura fantástica, e sempre me perguntei porque no Brasil o fantástico não impera da mesma forma que no resto da américa latina
Esta é uma pergunta que tenho passado minha carreira inteira lidando. Quero tentar voltar a ela num projeto futuro.
Ótimo texto, Christiano ˆˆ Por muito tempo, penei bastante para começar a ver mais gente comentando sobre literatura fantástica, principalmente nas escolas. Acho que foi só a partir da Universidade que comecei a ver mais pessoas, inclusive professores, comentando e divulgando mais esse gênero. Viver nessa época em que o fantástico está ganhando cada vez mais visibilidade tem sido maravilhoso!
Isso mesmo Lucas, vivemos num momento de maior abertura em nosso meio cultural para o fantástico, em especial nacional, e o conhecimento produzido pelas nossas universidades é um dos motivos disso.
Eu estou relendo justamente “introdução a literatura fantástica” do Todorov. Gosto como ele separa as questões do maravilhoso e do estranho dentro da narrativa e como ele aborda o fantástico, mesmo na época dele, relacionando com sociedade.
Que texto ótimo! Eu li recentemente "Mandíbula" e fiquei fascinada. Leio muito e muitas coisas, mas por trabalhar com notícias, esse excesso de realidade às vezes num livro me incomoda, me deixa ao final sentindo que faltou algo, porque me traz repertório e bagagem, mas não me provoca. Leio como uma notícia de jornal longa, entende o que eu quero dizer?
(Faço coro com a colega leitora pela listinha de indicações).
beijo, Cris