o filtro do seu vai estar sempre presente, em maior ou menor grau, de forma consciente ou não. o mais difícil - e importante - é saber como fazer bom uso dele.
Boa demais essa sua reflexão, meu amigo! Estou em meio à leitura das Recordações do escrivão Isaías Caminha, do Lima Barreto, romance pioneiro de nossa terra em algumas dessas questões que levantou. Vou arriscar por aqui um mini-ensaio pra tentar continuar a dar corda no assunto, vamos ver o que sai 🙏
Ah, pode ler a Ernaux — fala muito dela sem falar de si, uma arte. E já indico a Gabriela Wiener tb, pq fala de si criticamente. Meu eu-jovem seria amigo de vc-jovem ☺️
eu gosto muito que vc jogou um "quem não gosta de uma fofoquinha?" nesse texto, porque é bem por aí. mas assim, eu tenho uma impressão que o maior sintoma dessa tendência/popularidade do realismo e da autoficção é a vitória da forma, de certa maneira (to fazendo uma análise selvagem da situação aqui, bem mesa de bar). porque, como vc disse, a maioria das vidas das pessoas não é exatamente interessante, mas a forma como se conta a história é.
eu percebo isso muito no ambiente das newsletters, por exemplo, os textos mais íntimos que fisgam as pessoas tem um forte componente de estranhamento- frequentemente olham para uma situação cotidiana com um ângulo totalmente novo.
e aí temos de novo a imaginação agindo, porque só alguém disposto a imaginar a vida de um outro ângulo, eu ditia até que aberto a alteridad de uma forma mais sagaz, consegue fazer do banal uma grande tragédia ou um plot twist.
Adorei, Cris! Eu também tinha um preconceito com a Annie Ernaux, mas comecei a ler a obra dela e tô gostando. Já li O jovem, A outra filha e estou lendo O lugar.
Meu querido, eu concordo tanto com você que se pudesse curtia duas vezes. É isso. É completamente isso.
Obrigado ❤️
o filtro do seu vai estar sempre presente, em maior ou menor grau, de forma consciente ou não. o mais difícil - e importante - é saber como fazer bom uso dele.
Sem dúvidas Pedro. E esse saber usar o filtro do Eu é pra mim uma caminhada bastante pessoal e dificultosa.
filtro do “eu”*
Boa demais essa sua reflexão, meu amigo! Estou em meio à leitura das Recordações do escrivão Isaías Caminha, do Lima Barreto, romance pioneiro de nossa terra em algumas dessas questões que levantou. Vou arriscar por aqui um mini-ensaio pra tentar continuar a dar corda no assunto, vamos ver o que sai 🙏
Que massa, quero ler seu ensaio. Me avise quando sair!
Já programei pra publicar amanhã, inclusive fiz uma menção a esse seu texto no final. Te aviso inbox quanto estiver online 🙏👊
Imediatamente tenho crise existencial
😬
Ah, pode ler a Ernaux — fala muito dela sem falar de si, uma arte. E já indico a Gabriela Wiener tb, pq fala de si criticamente. Meu eu-jovem seria amigo de vc-jovem ☺️
Sim, eu vou com certeza ler Wiener!
eu gosto muito que vc jogou um "quem não gosta de uma fofoquinha?" nesse texto, porque é bem por aí. mas assim, eu tenho uma impressão que o maior sintoma dessa tendência/popularidade do realismo e da autoficção é a vitória da forma, de certa maneira (to fazendo uma análise selvagem da situação aqui, bem mesa de bar). porque, como vc disse, a maioria das vidas das pessoas não é exatamente interessante, mas a forma como se conta a história é.
eu percebo isso muito no ambiente das newsletters, por exemplo, os textos mais íntimos que fisgam as pessoas tem um forte componente de estranhamento- frequentemente olham para uma situação cotidiana com um ângulo totalmente novo.
e aí temos de novo a imaginação agindo, porque só alguém disposto a imaginar a vida de um outro ângulo, eu ditia até que aberto a alteridad de uma forma mais sagaz, consegue fazer do banal uma grande tragédia ou um plot twist.
Massa Vanessa, concordo bem contigo.
(escrevi do celular e foi cheio de typos 🥲)
Adorei, Cris! Eu também tinha um preconceito com a Annie Ernaux, mas comecei a ler a obra dela e tô gostando. Já li O jovem, A outra filha e estou lendo O lugar.
Eu tenho dois aqui em casa, vou dar uma olhada quais são e dar uma chance
massa.
Obrigado meu amigo!